Quem sou eu

Quem sou eu? Historiador, viajador, fotografador. ViajantePassageiro. Mas o que eu gosto mesmo é de viajar na janelinha... ViajantePassageiro, eis o que todo ser humano é. Ser ViajantePassageiro neste planeta é privilégio de ser humano. Aproveite. Repartir a sabedoria adquirida na caminhada é puro deleite... Abaixo você acompanha relatos feitos durante viagens a um seleto grupo de amigos ao qual você agora faz parte... O viajante está sempre de passagem. O ser humano está sempre de passagem. Vive o minuto o momento o instante porque único. Às vezes esquece que o agora não é sempre, e chora, faz bico, bate o pé, diz que não vai embora. Mas é viajante e por isso passageiro. Lembra que o eterno é pra daqui a pouco e o agora eterno. Sorri e prossegue. Pode entrar que a casa é sua...

sexta-feira, 9 de março de 2012

SonhonÍndia5 (2011-2012) - Sikkim, Kolkata, Varanasi, Rishikesh, Delhi, Roma

Destinos - Sikkim, Kolkata, Varanasi, Rishikesh, Delhi, Roma

SonhonIndia5 - Boletim1 - Delhi/Gangtok (Sikkim)

Olá meus queridos pustas amigos!

Cá estamos nós em mais uma jornada pelo antigo mundo do oriente, particularmente por mais um giro na mama Índia.
Desta vez, a volta será pelo norte da Índia, mais especificamente pelo estado do Sikkim, extremo norte do país, encravado no Himalaia entre o Nepal, o Butão e o Tibet.
Sikkim é um antigo reino, assim como seus vizinhos Nepal, Butão e Tibet, que foi anexado pela Índia.

Em 1975, o governo indiano deu um cheque mate no rei e obrigou a dissolução do reino
para, assim, torná-lo o 26º estado 
indiano.

Porém,  o governo indiano permite algumas concessões e este estado tem um status diferente. Por exemplo, para se entrar aqui é preciso uma permissão especial conseguida ao cruzar o limite do estado, onde é solicitado o passaporte e concedido um visto com tempo determinado, como se fosse um país.
Também a polícia local tem trajes próprios, o consumo de carne vermelho é coisa comum e, diferente de todo o resto do país, por aqui é permitido o comércio de bebida alcoólica, respeitando uma forte tradição tibetana.
Alguns hábitos locais também já provocam espanto em mim como, por exemplo, beber água quente pura. Isto mesmo, ao chegar no restaurante a primeira coisa que te servem é um copão de água quente.
Pode??! hehehe



Neste momento, estou na capital Gangtok, uma cidade bem grande espalhada pelas encostas de duas montanhas que formam um vale, tudo isso composto em um cenário de fundo com dezenas de montanhas com picos nevados, bem ao estilo folhinha de alfaiataria.
Um visual estonteante, típico do Himalaia e suas milhares de montanhas espalhadas por mais de 4 mil km de maciço que vai da fronteira da Índia com o Paquistão até o vizinho Butão.

A cidade, e todo o estado, é habitada por uma população que mais lembra a população da China e do Tibet do que da Índia propriamente dita. Pelas ruas, mulheres trajando roupas tipicamente chinesas é coisa corriqueira.






A Índia é incrível por isso, são diversos países dentro de um.


Para chegar aqui, antes fico 2 dias em Delhi, onde me deparo com temperatura de 2ºC. 
Em verdade, era para ter ficado por lá só um dia, mas como na Índia não tem almoço de graça passo por minha primeira provação logo no primeiro dia.
Nesta época do ano é tradicional Delhi ficar pelas manhãs coberta por um denso fog, o que provoca grandes transtornos e atrasos na aviação.
Bem, meu voo que era para sair às 7h da manhã é atrasado para as 9h15. Quando olho no placar de voos, este fora remarcado para 10h15, porém quando chego no portão de embarque recebo a notícia de que o voo já havia partido, sabe quando? Claro, às 9h15.
Ô terrinha pra testar a gente!

 

Bem, passado o indigesto infortúnio inaugural, no dia seguinte pego meu voo para uma linda viagem de 2 horas rumo a Bagdogra, cidade que fica aos pés do gigante Himalaia, no estado de West Bengali, próximo da outra costa indiana.














A viagem é belíssima, pois por quase dois terços da jornada o avião voa paralelo ao Himalaia.
Bem chato mesmo...


Sua Majestade, o Himalaia


Em Bagdogra, pego um taxi rumo à cidade de Siliguri, situada a 18 km, e ali começo a recordar como é divertido viajar pelas estradas indianas.
Bem, divertido é um termo relativo.
Na Índia, se você quer diversão viaje sempre de trem, mas se você quiser diversão com 'emoção', ao estilo nordestino do termo, vá de taxi ou ônibus. As estradas são ruins, mas os motoristas conseguem ser muito piores fazendo ultrapassagens sempre muito perigosas na base da mão atolada na buzina.
Para se ter uma ideia de como a coisa funciona quase todos os caminhões tem escrito na traseira "por favor, buzine". hehehe
É 'meio' perigoso mas, confesso, é bem divertido.

Em Siliguri, pego um 'shared taxi', tipo uma lotação, em um super jeep onde caberiam confortavelmente 8 pessoas, mas que carrega 11 bem apertadinhos, e ali começa uma linda odisseia por uma estrada entre florestas de coníferas e matas nativas de bambu (como é legal ver uma coisa pela primeira vez. É como provar a sensação que as crianças têm ao descobrir as coisas do mundo!) margeando um rio cor de esmeralda.


Pelas laterais da estrada dezenas de macacos calmamente sentados em posição de Buda parecem abençoar os carros que seguem rumo ao céu.
A estrada, meio asfaltada, meio esburacada, é dividida por centenas de jeeps e caminhões rumo ao Sikkim que, nesta época do ano, é normalmente invadida pelos moradores do estado vizinho de West Bengala que vem para acompanhar as comemorações do ano novo sikkines e do ano novo tibetano.
Como ambas as datas são regidas pelo calendário lunar, este ano o ano novo sikkines cai entre os dias 24 e 28/12 e a expectativa é enorme para acompanhar as comemorações feitas com muita dança e máscaras bem ao estilo budista tibetano.
Bem, o estado ‘rústico’ da estrada somado ao enorme fluxo de carros e caminhões e, ainda, a ‘sabia’ decisão do governo indiano de fazer manutenção neste período do ano fazem o percurso de 116 km ser percorrido em módicas 6 horas.
Isto mesmo, 6 horas!
É doce mas não é mole, mas para se chegar ao paraíso é preciso um pouco de ralação. Hehehe
Acompanhar o Losoong (ano novo sikkines) e as danças Chaam (cuidado, não tem nada a ver com o 'segura o tchan', viu... hehe) é o que me trouxe do Brasil, porém a incerteza de encontrar alguma vaga nos lotados hotéis é total.
Porém, no carro faço amizade com os passageiros, todos sikkineses, e logo ao chegar em Gangtok um deles me leva a uma rua cheia de hotéis e ali consigo uma vaguinha.


o gigante Khangchendzonga acordando


Bem, o primeiro grande presente chega quando acordo no dia seguinte, ponho os pés na calçada e me deparo com o gigante Khangchendzonga (mas os íntimos podem chamar de Khanzu), uma das 3 maiores montanhas do mundo, medindo apenas 250 metros menos que o Everest e 11 metros a menos que o K-2.
São 8600 metros acima do nível do mar visíveis de todo o Sikkim.
É um gigante de cocuruto nevado que vigia o movimento de todo o estado dando segurança aos que andam pelo Himalaia.
É de chorar só de olhar!





À tarde, pego um novo jeep lotação e sigo para um povoado vizinho chamado Rumtek, onde existem dois monastérios budistas incríveis.
O primeiro é uma réplica perfeita de um monastério que é destruído no Tibet pelos chineses e que aqui é reconstruído idêntico ao original.






Aliás, se você quiser conhecer o Tibet deve vir a esta região e à região de Ladakh (que visitei na terceira viagem), pois os tibetanos expulsos pelos chineses vieram para cá e reconstruíram tudo como era no Tibet, onde tudo foi destruído.









Depois de rápida visita, sigo para o monastério vizinho, o Old Rumtek, e ali presencio a sonhada comemoração da véspera do Losoong (ano novo sikkines) e sua coreografada e colorida dança chaam.
É pura emoção diante de tudo que envolveu estar ali.

Eu conto.
Quando acabo de visitar o primeiro monastério fico sabendo por um monge que a dança no velho monastério, naquele horário, já deveria ter terminado. Fico completamente desolado e volto para a estrada para então, muito chateado, pegar um taxi de volta para Gangtok, afinal ver esta dança era um dos principais objetivos desta viagem.
Quando chego no ponto encontro um casal de australianos que havia conhecido durante a visita e peço carona no taxi deles.








Eles concordam e quando o taxi começa a andar logo vai seguindo para a direção oposta. Pergunto porquê íamos naquela direção e eles dizem que antes de voltar para Gangtok iríamos ao velho monastério, o Old Rumtek.
Bem, imagine qual é a minha surpresa ao chegar lá e ver que a festa estava comendo solta e a dança chaam no seu auge.









PUTZGRILIS!!!




Como dizem, 'Deus é Pai'.



Era para eu ter ido embora e os australianos me colocaram dentro do palco.
Bem, não tenho dúvida quando, depois de 15 minutos, eles decidem ir embora e eu dispenso a carona mesmo sabendo que não mais teria taxi a disposição, e fico na festa até a noite cair.





Quando esta chega, percebo que eu era o único turista no local, e que taxi... nem pensar.
Um rapaz local me pergunta como iria embora e digo que não tenho como ir.
Não deu outra, ele se dirige ao lama do monastério e este me oferece um lugar para passar a noite.
QUE DELÍCIA!!!
Como diz o negão Milton, que tanto amo, 'coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero'...













Logo em seguida, sou chamado por um noviço que me conduz por uma escada para o andar superior do templo, onde esta o lama que me serve uma refeição tipicamente tibetana com direito a chá salgado com manteiga batida, mingau de arroz com, claro, manteiga batida (aqui a manteiga é de vaca, mas no Tibet é de yaque), arroz e um delicioso ensopado de legumes e carne.
Maravilhoso!



Terminado o banquete, servido por tão elevado e doce ser, sigo para uma casa de pau-a-pique onde durmo junto aos noviços em uma 'cela' de 2x3m (é assim que eles chamam os pequenos quartos).











 











Quando dá 3h30 da manhã, ouço ao longe o toque de um tambor e percebo que os noviços não mais estão ali. Não tenho dúvida: me visto e vou para o templo e ali presencio um pooja, cerimônia de entoações de mantras entremeados por toques de tambores e sons estridentes de cornetas tibetanas. 

São 3 horas e meia de muita emoção e celebração de purificação pelo ano que chega.












Bem, no dia seguinte, com a alma lavada volto a Gangtok e visito os pontos de observação do Khanzu, onde é possível ver o pôr do sol 200 metros de altura acima da cidade localizada a 2000 metros acima do nível do mar.
Show!!!

Khanzu dizendo 'boa noite'

Então, no final do quarto dia me despeço de Gangtok e pego mais um lotado jeep rumo a uma vila no meio das montanhas chamada Ravangla, de onde vos falo.
Para chegar aqui vivo nova odisseia de estradas montanhosas, rio de cor esmeralda e camponeses plantando chá pelas encostas em degraus, chego aos 2100 metros de altitude onde me encontro e, confesso, estou bem zoeirinha... tontinho... efeitos da altitude.
Por isso, tiro este primeiro dia para ficar quietinho e enviar noticias.

Bem, termino dizendo que, hoje, 25/12/2011, comemoro pela primeira vez na vida o Natal e o Ano Novo no mesmo dia... hehehe... coisas de Índia.

No mais, desejo a todos um FELIZ NATAL cheio de Renascimentos e um SUPER ANO NOVO (ocidental) cheio de realizações positivas.




Beijo no coração!


DANEVAT (Obrigado) por estar por perto!!

SORTE!!!
AMIn
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SonhonIndia5 - Boletim2 - Darjeeling

Meus queridos pustas amigos!!!

NAMASTE!!!

Acabo de degustar cada mensagem por email e pelo facebook em resposta ao 1º boletim.
Agradeço demais as mensagens, pois assim realmente sinto que estamos juntos.
Peço desculpas por não responder uma a uma as mensagens, mas saibam que as respostas já foram via coração para coração.
Talvez quando as coisas se acalmarem (será que isso acontecerá??! hehehe) sento para esta tarefa com o maior prazer.
Uma amiga, certa vez, me disse que "felicidade só é verdadeira se compartilhada".
É verdade, o que mostra que mesmo sozinhos podemos não estar sós.
E não estou.
Já dizia aquele negão Milton, tão querido, que "o solitário não quer solidão".



Bem, o barco já andou bem e temos muitas fofocas para por em dia.
Da última vez em que estivemos juntos, acabara de chegar em Ravangla, uma vila a 2100 metro de altitude, depois de uma viagem de 3 horas cruzando muitas montanhas verdejantes em um jeep lotado, sentado em um banco onde cabem 3 levando 4, só que com o detalhe que minha sorridente vizinha de assento pesava uns 150 kg.
HAHAHA.
ADORO ISSO TUDO!!!


Ravangla

Bem, no dia seguinte, depois de mais ambientado à altitude, saio andando por uma estrada montanha a cima rumo a um dos 4 monastérios do lugar.
A estrada é maravilhosa, puro deleite em dia ensolarado, andando meio sem eira, nem beira, passando por casa e vilas.


Caminho muito, em agradável temperatura de uns 10ºC, sem suadouros, só curtindo a floresta de coníferas e o Himalaia nevado de fundo.
Depois de umas 2 horas de caminhada chego a uma aldeia de plantadores de chá e ali caio de joelhos diante da maravilhosa paisagem.






Deito e fico contemplando a paisagem de picos nevados e bandeirolas de oração tibetanas ao vento até cair no cochilo.
Pura benção!

Sigo viagem, e nada de monastério.
A estrada, que até então só subia, começa a descer o vale.
Até então me nego a pedir carona, afinal quem ali está com pressa?!




Mas, como a estrada não acaba e o monastério nunca chega, peço informação para um sorridente motorista que passa no sentido oposto que me informa que o monastério ‘está pertinho, só faltam uns 2 km’.
Depois de andar mais uma meia hora percebo que 'logo ali' de sikkines é igual o dos mineiros... Tirico de espingarda que nunca chega...
Percebo que a temperatura começa a cair, as horas avançam e começam a sair do meu controle.

















Penso até na possibilidade de voltar, pois sei que no monastério não haverá taxis, como aconteceu em Rumtek.
Então, na contramão vejo dois caminhões subindo a serra. Uma enorme coceira atinge minha alma e penso na real possibilidade de pegar uma carona e voltar para a vila, mas como nesta viagem o que realmente está mandando é a intuição dispenso mentalmente as gratuitas caronas.  







Bem, o que posso dizer é que ganho mais uma vez um presentão só por ter saído do controle da situação e entregue para o Universo a resolução das coisas.



Pois não é que 5 minutos depois vem ladeira abaixo um enorme caminhão lotado de lenha com dois monges em cima da carga.
Peço carona e imediatamente o motorista concede.
Sabe para onde vai o caminhão?? Claro, pro monastério...


Dia de criança


Subo na carga para viver daqueles momentos de criança em êxtase viajando na boleia do caminhão sobre a lenha em uma deliciosa jornada de vento na cara. 
Dez minutos depois avisto na paisagem um maravilhoso e gigantesco monastério e, logo em seguida, o caminhão entra no lugar.
Ao chegar, o motorista me pergunta com cara curiosa como voltarei para Ravangla e, após dizer que não tenho como retornar, ele prontamente diz que após descer a carga ele voltará em uma hora para Ravangla e me dará uma carona.
HEHEHEHEHE!!!
Cada vez mais aprendo que o segredo é sair do controle e ENTREGAR!!
DILÍCIA!!!



Bem, é o tempo de conhecer mais uma verdadeira réplica de um enorme monastério tibetano que abriga mais de 200 monges.
Um deles logo se aproxima de mim e se torna meu anfitrião em uma visita pelo templo, onde me são apresentados os detalhes do lugar.
Dentro do templo principal me mostra as rachaduras nas paredes e os danos causados ao enorme Buda de mais de 9 metros de altura pelo terremoto que acometeu o Sikkim há 2 meses. Aliás, em Gangtok presencio a demolição de algumas casas por causa deste terremoto.


Depois da deliciosa visita, subo de volta na boleia do caminhão para cruzar a serra e aportar em Ravangla depois de um dia de andarilho feliz.

Satisfeito pelos 3 dias vividos em Ravangla, pego a mochila e sigo rumo a cidade de Namchi, uma cidade grande onde pegarei um jeep rumo a Darjeeling.




Em Namchi, decido me dar um presente e fico numa pousada daquelas de quebrar o cú, com vista para o vale, cama macia, cobertores enormes e banho suuuuper quente.
Ali decido não visitar nada e meu maior esforço é o de me sentar na praça para colher olhares e sorrisos e almoçar no restaurante tibetano furreco. Também decido escrever 'coisinhas', que mais tarde envio a vocês.



É uma tarde e noite de barãozinho...


Na manhã seguinte, me despeço definitivamente do amado Sikkim e subo em novo jeep lotação rumo a Joranthang atravessando o estado para chegar à tão sonhada Darjeeling.
São 3 horas de uma viagem de tirar o fôlego em 2 sentido, tanto pela beleza da paisagem quanto pela periculosidade da estrada.

Quase todo o trajeto é feito por estradas de terra, um verdadeiro rider, estradas com larguras que cabem o jeep e mais um palmo, manja?!! Dá pra imaginar quando surge um caminhão no fluxo contrário?! 
Só frio na barriga...




Subo e desço duas montanhas sendo que a subida da última é completamente íngreme tendo partes que parece que o jeep vai cair para trás.



A estrada é estonteantemente linda por entre florestas, rios verdes e plantações de chá.
Aliás, esta região foi um importante centro econômico no século XIX por ocasião da colonização inglesa que implanta o chá por aqui. Hoje Darjeeling é o maior produtor de chá da Índia.

Darjeeling



Bem, Darjeeling é uma cidade média, suja e extremamente charmosa e vibrante.
De cara pego um frio incrível e logo na primeira noite enfrento -1ºC.
Sabe frio de doer a cabeça? Tenho até que comprar um gorro igualzinho aos do Peru.
Suas ruas cheias de lojas e barracas vendendo artigos do Tibet, Nepal e cia., vivem apinhadas de turistas, na maioria indianos.






Em Darjeeling, dou grande sorte ao pegar por aqui um tradicional festival anual de final de ano chamado ‘Tea Festival’, com direito a uma semana de apresentações de músicos e danças típicas da região em um palco montado na praça principal.


Muita música rolando, um verdadeiro festival de ano novo.


Hoje é meu terceiro dia por aqui e tenho curtido muito a vibração das ruas, a gentileza das pessoas e a distribuição ininterrupta de sorrisos e amabilidades.
Ô povo pra ser gentil como esse do mundo budista!!!
Este é o meu mundo!!!

No alto da cidade existe um templo que fica localizado onde a cidade nasceu há alguns séculos.








Além de abrigar muuuuitos macacos, este templo ainda tem a particularidade de ser divinizado por hindus e budistas, e dentro dele têm um brâmane e um monge budista sentados frente a frente atendendo as pessoas que chegam para fazer seus 'trabalhos' espirituais.
Coisas de Índia...

























Bem, hoje é 31/12 e logo mais à noite acontece a virada do ano.
Não sei bem o que acontece na cidade como comemoração, mas a minha comemoração particular já esta planejada.
Às 4 horas da manhã pego um jeep lotação rumo ao Tiger Hill, um vale de onde é possível serem avistados quatro dos cinco maiores picos do planeta.
É o nascer do sol que acontece mais cedo no planeta, por volta de 4h30 da manhã...
UAU!!!
...e é pra lá que eu vou...  








Bem, vou ficando por aqui desejando mais uma vez um SUPER ANO NOVO cheio de Renascimentos a todos.
Não vou falar muito, pois preparei uma mensagem especial de ano novo que segue em outra mensagem.




Por aqui são 8 horas e meia de fuso a mais que no Brasil. Quem quiser mandar uma vibraçãozinha será muito bem-vinda!!!



E o barco segue...

BEIJO NO CORACAO!

DANEVAT (Obrigado) por estar por perto!!

NAMASTE!!!

SORTE!!!

AMIn

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SonhonIndia5 - Boletim3 - Darjeeling FELIZ 2012

Olá Queridos IRMAOZINHOS de jornada!!!

Saiba que ser Viajante-Passageiro é saber que sempre se está de passagem. O Ser Humano é um Viajante-Passageiro! Afinal, não adianta querer se apegar quando não se é dono de nada.
Nada além do Momento. E quando se percebe isto a festa começa...
Sim, o Momento, a única coisa que temos e, por isso, a mais Sagrada de todas! Vivê-lo com toda intensidade é mostrar agradecimento ao Universo pelo Presente.
Sim, isto mesmo, o Presente.
O Presente é um presente,
e você o abre quando vivencia o Momento.



E você saberá se esta realmente vivenciando o Momento se viver cada Instante como quando sorve, suga, chupa a sua fruta preferida.
Pense no prazer de se lambuzar ao comer a sua fruta favorita e veja se está vivenciando o Momento da mesma forma.
Para este ano desejo que você vivencie o Momento com Cordialidade. Cordialidade é um subproduto do Amor. Ele envolve altruísmo, amabilidade, gentileza.
Cordialidade é Amor em Ação.
Cordialidade envolve estar para o Outro.
Viver o Momento dedicando-o ao Outro é Dádiva Divina!
Isto eu te desejo para
2012, o Ano da Cordialidade!!!

BEIJO NO CORACAO!
SORTE!!!

AMIn

PS. Segue abaixo pequena inspiração surgida em Namchi, naquela parada do barãozinho...hehehe

SMACK!!!

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Ser Viajante-Passageiro

 
 
Ser Viajante-Passageiro é tão legal!
É ir do outro lado do lado de lá
só pra cheirar a flor e não pegar
e ver se é a mesma do lado de cá

É ir lá pra ver se o sol queima igual
Se o céu azul é mais azul
Se a chuva molha devagar
Se o pôr do sol é sempre diferente e igual
como o de cá

Só pra brincar...
 
É sentar na praça
pra colher e distribuir olhar
Ver se criança brinca como criança
Se mulher faz de conta não ser observar
E se sorriso é código universal
 
É comer comida
Provar paladar
Vibrar com aromas
Comer fruta conhecida com sabor de nunca igual
E se pimenta arde ardida
e faz chorar
 
É olhar se a cama é esticada igual
Se o cobertor também esquenta
e o chuveiro molha como o de cá
 


Só pra brincar...
 

Ver se passarinho é diferente do seu jardim
Como namorado namora namorada
Como motorista conduz a estrada
e o trem embala a jornada
 
Ver como a lua seduz o casal
A noite arruma as estrelas
e se aquela estrelinha fica lá no mesmo lugar
 
É ver como a montanha risca o horizonte
Se a mata é tão verdejante
Como o vento desmancha o cabelo
Se a música faz viajar
e a dança mexe lá dentro
 
Ir lá
só pra brincar
de nunca mais querer voltar
pro seu lugar
Porque no fundo
o Viajante-Passageiro não se apega
e pra casa sempre volta
feliz
pra depois num outro instante
voltar correndo

Só pra brincar... de Vida


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SonhonIndia5 - Boletim 4 - Calcutá

 
Queridos Pustas Amigos!

NAMASTE!!!

Nossa, quanta água já passou debaixo deste nosso barco!
Que intensidade, que força tem estas águas!

Em nosso último encontro estávamos em Darjeeling, a rainha dos vales do Himalaia, como aqui é conhecida.
Cidade suja, movimentada, de gente doce e de incrível paz.
Lá que vivo o primeiro dia do ano, no topo do Tiger Hill, de frente de incontáveis picos himalaios varando as nuvens.



 Ao fundo, o sempre poderoso e nevado Changdengzonga, com seus 8600m, o terceiro da lista só atrás dos famosos Everest e K-2, apenas 3 quadras mais baixo que o rei de todos.
No pico de Tiger Hill uma verdadeira multidão de turistas muito festivos dividem comigo o privilégio da primeira imagem do ano.
O tempo, no entanto, não ajuda tanto e o dia amanhece nublado não possibilitando uma vista tão distante no horizonte, mas as primeiras cores, o vermelhão no céu, é a cereja do bolo no Novo Ano.
 

Primeiros raios de 2012
Além das cores celestiais, o primeiro dia do ano também traz as primeiras águas vindas do céu nesta viagem, águas que vêm para lavar os caminhos que se abrem, e com elas chega um frio acachapante e úmido daqueles de corroer a gente por dentro.
É a primeira vez em uma viagem que preciso vestir todas as minhas roupas térmicas, casaco e mais três meias grossas ao mesmo tempo. Porém, o suplício vem na hora de dormir quando, então, tenho que me enfiar dentro do saco de dormir com capacidade de suportar -5ºC, e mais 2 cobertores, para suportar as condições precárias do hotel e suas paredes de madeirinha de forro, super finas, que transformam o quarto em uma geladeira durante a madrugada.

PUSTZFRIUMEU!!!

E é com este clima, próximo ao abaixo de zero no termômetro, que acordo às 5 horas da manhã para me despedir de Darjeeling para embarcar no trecho mais romântico de nossa viagem a bordo do Darjeeling Express ou, mais conhecido pelos turistas, "The Toy Train" (o trem de brinquedo)



Esta linha de ferro é construída pelos ingleses no séc. XIX e na época é das maiores obras da engenharia moderna, afinal construir uma linha de trem cruzando, subindo e descendo montanhas e vales do Himalaia, sem dúvida, deve ter sido um desafio faraônico.

Até hoje, o Toy Train funciona na mesma bitola de trilhos de quase 200 anos e os vagões, ainda puxados por uma antiga Maria Fumaça, comportam apenas de 12 a 20 passageiros.
É uma experiência meramente romântica e para quem quer provar um pedacinho desta  poesia assista ao filme Viagem a Darjeeling.


Na minha opinião, o filme nem é tão bom,  mas mostra uma coleção de templos incríveis e o percurso por onde passa o Toy Train.

TOY TRAIN = SONHO REALIZADO!!!

O trem me deixa na pequena Chorang e lá divido um jeep com um lindo casal de poloneses que conheço na estação de Darjeeling, além de um introspectivo alemão.
Todos vamos para a caótica Siliguri, cidade onde se originou toda a minha aventura rumo ao Sikkim, e juntos vivemos a última descida da montanha e um silencioso adeus da "dimensão Himalaia", um verdadeiro Universo paralelo, para agora despencarmos sem volta na 'Realidade Índia', seu movimento, seu caos, seus excessos e sua incrível gente.
Mal coloco minha mochila no chão em Siliguri e a primeira coisa a fazer é tirar todas as roupas térmicas usadas no Sikkim e Darjeeling para agora viver uma confortável temperatura de 20ºC.
UFA!!! Não é fácil ser tropical por aqueles lados.
Rapidamente subo em um rickshai bicicleta e 10 minutos depois desço no terminal de ônibus, aonde chego no exato momento em que meu ônibus sai pelo portão principal rumo a Jaigon.

A cidade de Jaigon faz fronteira com o Butão e meu objetivo é ficar 2 dias por ali explorando as mínimas possibilidades que uma cidade de fronteira pode oferecer para, então, apesar do curto tempo, ter o gosto de ter estado no sonhado Butão.
Para quem não sabe, o Butão é um reino que acaba de se abrir ao mundo e logo fica conhecido como o país com maior índice de pessoas felizes no mundo.
O Butão, preocupado com a degradação que o turismo pode trazer, opta por um turismo para milionários e, assim, quem desejar se aventurar por aquelas terras tem de desembolsar módicos US$ 300 por dia (isso mesmo, POR DIA!!!) apenas para cobrir as despesas de visto, fora tudo.



Bem, como turista pobre, me contento em conhecer a 'casca' do país, a cidade butanesa que faz fronteira com a pequena Jaigon, onde meu guia (Lonely Planet) diz ser uma área livre para se passar o dia com a obrigatoriedade de se sair do país até as 22 horas.

Minha viagem a Jaigon deveria durar no máximo 3 horas, porém uma incrível obra numa ponte na estrada faz criar um congestionamento de mais de 10 km para cada lado da estrada e a breve viagem se torna uma entroncada odisseia de 7 horas dentro de um ônibus completamente lotado, dividindo um banco onde cabem dois com três pessoas.
Suplício: assim descrevo minha volta à Índia.
ÍNDIA DA ETERNA PROVAÇÃO DOS LIMITES!

Mas apesar do apertamento, do homem que desmaia no banco de trás e dos dois espirros que recebo sobre a cabeça, é dentro do ônibus que conheço Rewaj, um jovem butanês de 14 anos ávido por conhecer as coisas do mundo, que logo se aproxima para satisfazer suas curiosidades sobre quem será aquele 'alienígena' que ali está e que, em pouco tempo de conversa, se prontifica a ser meu cicerone no Butão na manhã seguinte.
 
Sua família o acompanha e ao descermos em Jaigon gentilmente me leva pessoalmente até a recepção de um ótimo e barato hotel, onde vivo nova noite de barãozinho! hehehe


Depois de um ótimo banho quente e uma noite bem dormida, após tamanho cansaço da odisseia do dia anterior, na manhã seguinte mando lavar todas as minhas roupas (em Darjeeling não há água e é proibido lavar roupas na cidade!!) e saio para a rua para encontrar meu anfitrião às 9 horas.
Juntos andamos 500 metros em uma movimentada avenida e logo ali me deparo com um enorme portal tipo chinês com os dizeres Butan border.




Que delícia, conhecer um novo país nem que for através de alguns de seus poucos metros.
Sim, este era o sonho, mas desta vez o sonho não se torna realidade.
 
Ao chegar na migração sou informado que o antigo status de cidade livre não mais existe, pois muitos foram os turistas que entraram para passar o dia e não mais saíram, e assim o governo decide acabar com este privilégio.
Sim, estive no Butão, coloco lá os meus pês e só conheço o outro lado da rua.


TÃO PERTO, TÃO LONGE!!

Logo engulo minha decepção, aceito as instruções do Universo e me resigno, mas meu jovem anfitrião precisa de mais esforços para engolir a sua, afinal ele deve ter passado a noite planejando nossos passeios.
Então, tomo a decisão de viajar no final do mesmo dia e vamos até a cidade vizinha, que fica a 18 km, para comprar o bilhete de trem que me levará a Calcutá, afinal de ônibus, pela terrível estrada que vim, jamais pretendo volta!!

Bem, nas poucas horas que nos sobram, Rejaw me leva à casa de uma mulher que ele considera 'santa', uma espécie de benzedeira que cura sua irmã de uma doença grave com apenas uma oração.
É uma tarde deliciosa, pois Mata Ji nos abre as portas de sua casa e eu me torno a grande atração de sua numerosa família.



Depois de receber sua benção, e me deliciar com uma tarde em uma típica casa indiana, Rewaj me leva comer comida butanês e nos deliciamos com um prato de enormes cogumelos com molho branco.
ESTONTEANTE!

Depois do almoço, me despeço de meu melhor amigo butanês e vou para a estação de trem, onde conheço Sono e seus 2 amigos.

Depois que Sono mostra grande interesse pela cultura brasileira, lhe presenteio com uma nota de 5 reais e, sem saber, ganho um amigo eterno.
Ele fica tão sensibilizado com o presente que diz que fará uma moldura e colocará a nota em um quadro na parede.
É MOLE!
Subimos no trem para 3 horas de deliciosa conversa sobre os mais diversos assuntos e, assim, Sono se torna naquele dia o meu melhor amigo-Mestre indiano.

Desço do trem novamente em Siliguri e em seguida subo em um sleeper bus rumo a Calcutá.
Para quem se lembra de minha primeira viagem à Índia, o sleeper bus (ônibus leito) é uma coisa do outro mundo.

Imagine que, por sobre os assentos do ônibus, é instalado um grande pranchão que é dividido em boxes e aonde algumas pessoas vão dormindo na horizontal. 

É surreal!!!
Desta vez, diferente da primeira, vou sentado em uma poltrona.

Bem melhor!

O ônibus leva 13 horas para percorrer os 600 km do percurso.
Isso mesmo, o dobro do que levaria um ônibus numa estrada razoável no Brasil.
Além do mais, o ônibus simplesmente não têm amortecedores e, somado à terrível estrada, é como viajar dentro de um tanque de guerra.

 
Bem, Calcutá é um lugar que sempre esteve em meu imaginário. Sempre sonhei em conhecê-la apenas pelo som maravilhoso da pronúncia de seu nome.
Calcutá, Bagdá, Cairo, Madagascar, Bangcoc, Marrakesh, Jerusalém, Kuala Lumpur, Istambul, Zanzibar, cidades que sempre habitaram meu inconsciente apenas pelo som de seus nomes.
E o sonho começou a se cumprir logo que chego a Calcutá e demoro 1h30 para atravessar a caótica big city.


Sim, Calcutá é o caos, é crueza, a Índia mais crua que se pode conhecer.
Tráfego caótico, miséria como ferida aberta nas ruas, gente revirando lixo, mil culturas pelas ruas e o título de última das grandes cidades indianas a ter ainda rickshais puxando carroças a pé, os famosos "homens cavalo".
Confesso que tinha medo de vir para cá, mas um anjo chamado João aparece na minha vida e me dá o contato de um escritor indiano de nome sugestivo: RAMA.
Rama, segundo o hinduísmo, é Deus na condição humana, e é exatamente isto que encontro: um Mestre, um amigo.
 

Rama me leva para beber logo na primeira noite que chego e depois de uma conversa mais que superior, me entrega um roteiro pessoal para conhecer a cidade sob o seu olhar.
Mais que isso... me estrega a chave da cidade!

Me dá confiança também para sair andando noite adentro pelas ruas do centro da cidade que se tornam verdadeiros dormitórios de uma nação de indianos que dormem pelas calçados após o fim do horário comércio.


Vale saber que, apesar de haver muitos moradores de rua em Calcutá, nem todos que dormem pelas ruas são moradores miseráveis, mas sim camelôs que dormem no chão, onde ficaram suas barracas, após o fechamento do comércio.






 
















Tudo porque o Deus Encarnado me deu o caminho das pedras de uma das mais antigas metrópoles da Índia, além de me falar palavras que só um Mestre tem condições de transmitir.


Assim, saio da cidade, que me causava verdadeiro temor na alma, com a verdadeira e genuína noção de que agora, só agora, depois da quinta vez viajando por estas terras, é que finalmente acabo de conhecer a Índia.

Sim, acabo de conhecer a Índia e ser admitido como um da turma!
Pretensiosa verdade.

RARE RAMA!
RAMA RAMA!   
RARE RARE!!!


Agora, estou aproveitando a espera do trem que me levara a Varanasi, a cidade de Shiva, das cremações humanas, dos cultos sagrados ao mama GANGA (Rio Ganges), por onde passei há 5 anos atrás e para onde volto para 5 dias de observação e introspecção na cidade mais antiga da Índia, a cidade dos sadus (homens santos).



E o barco segue rumo ao Rio Ganges... 

 
NAMASTE!
DANEVAT!

 

SORTE!!!

AMIn

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SonhonIndia5 - Boletim5 - Varanasi


Queridos Pustas Companheiros de Jornada

NAMASTE!

Nosso último contato é em Calcutá, terra da Índia nua e crua, cruel, das feridas abertas e também provedora, generosa, que mata a fome e provém a existência de multidões.

CALCUTÁ = SÍNTESE DA ÍNDIA

Onde descubro que nada sabia desta terra minha Mãe.
Que me ensina a ser indiano.
Que me convida a entrar na festa!



É ali que conheço oficialmente Tagore, o maior poeta indiano, e como tal, místico.
É ali naquela rua, com cheiro de mijo e incenso, bem ali naquela rua em que me instalo, onde Tagore chegou à Iluminação aos 22 anos.
Tão poucos passos do meu hotel que pude sentir ainda sua Energia.

Leia Tagore.


Em minha última manhã em Calcutá, vou parar em uma das dicas mais quentes que Rama deu sobre a cidade: vou, às 4 da madrugada, visitar o Flower market, que é um bazar, tipo Ceasa, de opnde saem todas as flores que estarão durante o dia nos centenas de templos da cidade.



O local é sinistro e lembra mais uma zona portuária, até por ficar às margens do rio Hoogly, o maior rio da cidade, toda com seu chão cor de lama, pano de fundo para uma explosão de cores produzida pelas toneladas de flores que cobrem o chão do lugar todas as manhãs.


O Flower market é o próprio retrato da Índia, uma alusão à trajetória da flor de lótus que abandona o lodo do fundo dos lagos em direção à luz do Sol.
Ah Índia, do escuro tom do chão sujo e enlameado de tuas ruas surge e ressurge diariamente um povo vibrante e iluminado, de paz de espírito sem paralelo, que com largos sorrisos ruma com desprendimento na trajetória da Verdade maior.







 





 
 

No dia seguinte, acordo para mais um encontro sempre vibrante com Rama, meu Mestre de Calcutá, para depois subir no trem que me leva à cidade mais antiga e mais sagrada da Índia: Varanasi.
Se Calcutá é SÍNTESE, Varanasi é a ALMA DA ÍNDIA.
Cidade de Shiva.
Cidades da cremações humanas à beira do mama Ganga.
Cidade da Vida e da Morte.

Vou para a Estação Ferroviária Central de Calcutá, o maior aglomerado humano dentro de um espaço fechado que vi na minha vida.




Ali, embarco num second class sleeper (segunda classe dormitório), uma classe que permite um amplo contato com as pessoas, pois não há cabines fechadas e onde os assentos, ao chegar da noite, se transformam em camas onde é possível dormir confortavelmente na horizontal.
E é ali que descubro que meu assento se localiza entre os 30 assentos reservados por uma única família que fecha 3 compartimentos do vagão.
Tente visualizar a imagem: eu intruso no meio de uma sempre alegre, vibrante, falante e generosa família indiana.



Dá pra imaginar no que dá? Durante as 13 horas de viagem sou literalmente adotado e passo a fazer parte dessa família, com direito a refeições, risadas e muito, muito carinho.
Antes do trem partir, o baba da família (pra nós o nonno), do alto de seus 85 anos, vem se sentar no assento ao lado do meu e ali começa um contato mais que especial.
A princípio, confesso, acho que ele é meio gagazinho, pois se mostra bastante introspectivo e sempre diz pesaroso que começa a perder a memoria. Mas, com o correr dos trilhos, percebo que estou na presença de um ancião de alma extremamente evoluída e generosa.
Um Mestre.


Seu nome: Sewa, que em hindi significa "aquele que serve aos Outros".
Ele se autoentitula 'um Pensador' e diz que jamais entrou em um templo, pois sua religião é 'a Humanidade'.
'Sirvo a Deus quando sirvo aos Homens'.
Esta sua filosofia de Vida.
Foram horas e horas bebendo suas palavras, seus penetrantes olhares e seus ensinamentos dados de forma tão generosa e amorosa.
Confesso que com este encontro a viagem atinge seu patamar mais elevado.
Nossa despedida se dá através de um fraternal apertado abraço de caráter ancestral seguido de um dolorido e doce 'até breve'.

Certa vez, ouvi que todo encontro neste planeta é, em verdade, um reencontro.
Até breve, Sewa Baba...

Mas a viagem não é só feita de bênçãos, mas também tem seu quinhão de provação, afinal dá pra imaginar viajar por volta de 3 horas frente a frente com uma réplica perfeita da Juliana Paez sentada com as pernas de lado, com os pés lindamente nus e usando um chalé jogado de ombro a ombro cobrindo o colo do peito?
Em síntese, a própria deusa Maya...
Para não me perder em tamanha ‘fonte de desejos’ e conseguir me firmar nos ensinamentos de baba Sewa precisei de um esforço extra, confesso... hehehe
UAU, ISSO SIM É PROVAÇÃO!! HAHAHAHA


Minha Juliana Paez
Bem, chegar em Varanasi é antes de tudo um privilégio, afinal esta é a terra mais sagrada da Terra sagrada.
É a segunda vez que aporto por aqui. Na primeira vez, sou apresentado a este sacro lugar por um outro anjo chamado João.  Como veem, os anjos e os Joãos rondam a minha vida, sempre cuidando de mim com extrema generosidade.



Varanasi é uma cidade completamente diferente de qualquer outra na Índia, pois para cá todos os dias chegam milhares de peregrinos vindos de todos os cantos da Índia com a intensão de se banhar nas águas do Ganges a fim de purificar os carmas de vidas passadas.
São famosas as imagens desta cidade mostrando as escadarias que terminam nas águas do Ganges, onde as pessoas tomam um banho sagrado nas primeiras horas da manhã.



































































 






 


 
 




Também aqui é o destino de milhares de pessoas que vem para morrer e ter suas cinzas jogadas no Ganges com a crença de que, com isso, tenha o seu carma 'zerado' e que, assim, siga diretamente para o Nirvana. 
Imensas fogueiras ardem 24 horas por dia na beira do Ganges para consumir a incessante fila de corpos embrulhados como múmias que chegam a todo momento carregados em padiolas de bambu.


O local das cremações tem um clima meio infernal, meio fim do mundo.
O cenário é um ajuntamento de gente olhando mais de 20 corpos queimando simultaneamente em fogueiras enormes entremeadas por vacas e pilhas gigantes de lenha esperando os próximos sorteados pelo Universo.

Comandando o andamento das cremações esta a casta mais baixa da Índia, os párias, os únicos com 'autorização divina' para executar as cremações, e dentre eles os famigerados burner bodies'(queimadores de corpos).
São eles que manuseiam as fogueiras com bastões de bambu virando as carcaças humanas até que estas se tornem um punhado de cinza apto a ser colocado
dentro de um vaso de cerâmica para ser entregue à família.

Também são eles que comandam um espetáculo tétrico ao tentar tornar as cremações numa espécie de atração turística junto aos 'gringos' oferecendo um verdadeiro tour por entre aspiras mortuárias e fornecendo as mais ‘curiosas’ informações sobre como as diferenças castas são cremadas, quanto tempo dura a cremação de uma criança e outras tantas informações abjetas.
O cenário torna-se ainda mais carregado se somarmos ao ambiente o cheiro de churrascão pesado que paira no ar se misturando ao cheiro dos incensos e das ervas queimadas junto aos corpos.
É o cheiro pesado do doce sabor da morte.
Quem sente este cheiro jamais o esquece.





























Tudo fica ainda mais fascinante em Varanasi se você caminha mais ou menos um quilometro paralelo ao Ganges, a partir do local das cremações, para então assistir, ao cair da noite, a cerimônia do aarti, a cerimônia do fogo, executada de de forma sincronizada e coreografada por 7 sacerdotes hindus que, de frente para o Ganges, oferecem ao rio incensos, fogo, movimentos de penas de pavão e água sagrada ao som frenético de sinos batendo em uma grande celebração à Vida.
Durante a cerimonia à Vida é possível ver ao longe as fogueiras da Morte ardendo.


 

Sim, isto é Shiva, a eterna Transformação pela qual passa neste planeta tudo que é visível, onde tudo é impermanente, exceto a Força que faz a Eterna Transformação.







Vida e Morte como unidade, não como opostos.

SALVE SHIVA!!!
SALVE VARANASI!!!





Hoje nos despedimos de Varanasi para subir no trem para uma jornada de 19 horas até outra cidade extremamente sagrada, Rishikesh, local onde o rio Ganges nasce como produto do degelo dos picos do Himalaia.
É lá que há 2 anos atrás encontro um guru brasileiro que se ilumina na Índia e a quem eu me ligo naquela ocasião. Seu nome: PREM BABA, o Mestre do Amor.
Vou visitá-lo, matar a saudade do Mestre e 'bater papo', coisa que gostamos de fazer quando nos encontramos.
Portanto, daqui 2 dias estaremos de volta ao Himalaia, o que é muuuuuito bom...

DANEVAT! Obrigado por estar tão próximo!

NAMASTE!!

SORTE!!!



AMIn


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SonhonIndia5 / Boletim 6 / Rishikesh.Delhi.Roma

Queridos Pustas companheiros de jornada!!!

NAMASTE!!!

Cá estamos em nosso último dia de Índia, agora já em Delhi, a jovem Big City indiana.
Dá pra acreditar que esta cidade está comemorando apenas 100 anos? Pois é, nem podia imaginar que existissem números tão modestos na Velha Terra.





Bem, em nosso último encontro estávamos na emblemática magnética mágica Varanasi, a Terra de Shiva e também de Buda.

 
Para quem não sabe o príncipe Sidarta se ilumina em uma cidade próxima a Varanasi chamada Bodhigaia e, já na condição de Buda, faz seu primeiro discurso em Varanasi.
Varanasi também é uma cidade importante para os muçulmanos, pois pouco mais da metade da população é islâmica e passear pelo bairro muçulmano e ver um monte de mulheres usando burka é bem vibrante, em se tratando de Índia.






Depois de ter sido brindado na última noite em Varanasi com uma enorme lua cheia prateando o Ganga, pela manhã embarco em um trem para uma longa jornada de 19 horas rumo a Rishikesh, encostadinha no Himalaia, e desta vez, ao invés de ser adotado no trem por uma Grande Família de classe média, como foi na viagem a Varanasi, faço o percurso entre uma família bem menos numerosa e bastante simples e pobre e, assim, vivencio um pouco de sua rotina.

Eles aparentam ser camponeses, falam poucas palavras em inglês e embarcam no trem portando uma sacola lotada de grãos e cereais, como um tipo de arroz pré-cozido que eles acrescentam às iguarias que compram dos vendedores que fazem dos vagões da 2ª classe uma verdadeira feira ambulante.
Então imagine. Eles compram um pratinho de ervilhas cozidas, por exemplo, e a elas acrescentam grande quantidade do arroz pré-cozido e ainda outros grãos fazendo, assim, o prato ficar bem enriquecido por um baixíssimo custo.
Porém, tudo ia bem até que surge um detalhe sórdido: toda a comida é misturada sobre uma grande folha de jornal e, a partir dele, todos comem juntos com as mãos.
Um lance bem comunitário. hehehe


Uma coisa que chama bastante a atenção nesta terra é como os pais são super pais, sempre presentes, prestativos, embalando as crianças e dividindo fifty-fifty o trabalho de educar com as mães.
Ambos, pais e mães, são muito carinhosos, jamais batem, sequer gritam com as criança.
A família é a unidade básica da sociedade indiana e talvez seja a mais sagrada instância desta sociedade, e isso fica bem claro com o espanto que vejo nos olhos de um indiano quando tento explicar que fui casado 17 anos e que, neste período, não tive filhos por uma opção pessoal.
Separação eles até compreendem e aceitam, mas um casamento sem filhos é algo inconcebível e chocante para um indiano.

Bem, desembarco em Rishkesh, terra himalaia que retorno depois de 2 anos.
Paraíso entre montanhas verdejantes, rio Ganges esmeralda, transparente, límpido, recém-nascido do degelo dos altos picos.
Um quase nirvana.


Entre os viajantes mais experientes da Índia, Rishikesh ‘quase não é considerada Índia’, é considerada uma espécie de Broadway, afinal por ali não há buzinas e nem aglomerações humanas. O que há é uma grande aglomeração de ashrams e gurus e muita paz nesta que é considerada a Capital Mundial da Yoga.



















 
Em Rishikesh me sinto em casa, reenncontrando amigos como Seema, a dona da pousada do topo da montanha em que fiquei da outra vez e que trata os viajantes como filhos.


Ou Gajarant, o dono do centro de massagem ayurvédica, onde da outra vez fiz 2 cursos e que se casará no mês que vem. Desta vez, como da outra, me leva para jantar e quando dou a ele um presente de casamento fica deveras emocionado.
É um cara muito legal.







Também reencontro, depois de 2 anos, Prem Baba, o Mestre do Amor, a quem me ligo em nosso primeiro encontro e que tenho o privilégio de reencontrar e ouvir suas sempre profundas palavras.
Apesar do curto período, e de sua sempre superlotada agenda, recebo a honra de me encontrar em particular com o Guru, sempre um presente cósmico.

O dias em Rishikesh são dias de descanso e lazer, uma espécie de parada técnica para refazer o corpo, lavar roupas e caminhar pelas trilhas da cidade sem pressa de chegar.
Foram 3 dias de sono bem dormido, banhos perfeitos e o banheiro mais limpo da Índia.

E assim, depois de 5 divinos dias neste paraíso terrestre, com manhãs e tardes ensolaradas e noites muito frias, perto dos 3 graus, me despedi de Rishikesh sob uma fria chuva que fez despencar ainda mais os termômetros rumo a Delhi para encerrar este mês abençoado de jornada vivido na Antiga Terra.



DANEVAT!!! (OBRIGADO!!!)
AO UNIVERSO, POR ESTA MAIS QUE ABENÇOADA VIAGEM DE ENCONTROS E REENCONTROS COM LINDAS PAISAGENS E SÁBIOS MESTRES!

Shiva

DANEVAT!!!

Assim, ao chegar em Delhi encontro a mesma frente fria que deixo em Rishikesh e vivo 3 dias de muito frio e fog na metrópole.
Ali faço compras maravilhoooosas de roupas e muambas que estarão à disposição de todos assim que pousar no Brasil.
Porém, quando todas as surpresas já pareciam ter sido anunciadas durante a viagem, um dos acontecimentos mais pitorescos e legais de toda a viagem ainda estava para acontecer e, tão logo me instalo no hotel em Delhi, por volta de 22 horas, ele se descortina em minha frente.
Depois de cumprir as burocracias da recepção, sigo para o meu quarto e, ao chegar ao saguão onde ele fica, cumprimento dois homens que ali estão fazendo, o que naquele momento eu acredito ser, uma salada de frutas, picando frutas bem miudinhas. De passagem elogio o trabalho e recebo um sorriso da dupla.
Então, me instalo no quarto e pergunto ao rapaz do hotel se o restaurante ainda estaria aberto, ao que ele disse que não em decorrência do avançado horário. Falo, então, que vou sair para a rua para procurar algum lugar para comer.
Neste momento, um dos homens que picava os alimentos ouve minha conversa e se dirige a mim dizendo: “Senhor, por favor, venha comer conosco”.
Fico surpreso com o convite vindo de um contato tão prematuro e, como alguém que aprendeu com agradecimento a aceitar os presentes da Vida, aceito de imediato o gentil convite.
Mas, no íntimo, me pergunto:’ Será que terá "salada de frutas” para todos?’

Começamos a conversar e ele me diz que são jordanianos e que estão em Delhi em um grupo de 6 comerciantes de roupas em trabalho de compras. Então, seus companheiros chegam e todos nós nos sentamos em torno de uma mesa redonda de centro.
Aí, o rapaz do hotel chega subindo as escadas carregando uma grande panela e uma enorme bandeja e, para meu espanto, os homens abrem a panela e despejaram todo o conteúdo sobre a bandeja formando, assim, uma incrível montanha de arroz cozido com pedaços de carne, cogumelos e uma série de saborosíssimos temperos, pistaches e amêndoas, tudo sobre a mesa de centro da sala. Então, a cada um de nós é foi dada uma colher e todos comemos diretamente da bandeja o melhor néctar de toda minha viagem.


Para acompanhar o arroz é servido aquilo que inicialmente supus ser uma salada de frutas e que, na verdade, é salada de tomate e pepino com iogurte.
Após aquele banquete, ao estilo do deserto, quase todos do grupo arrotam mostrando satisfação e se sentam na sala adjunta para tomar chá e fumar seus narguiles.

MARAVILHOSO!!!

Como forma mínima de agradecimento, me dirijo ao grupo e digo ao modo árabe as palavras IN SHALLA !!! (Obrigado) e um Al RAM DULELLAH!!! (algo que na nossa língua será "agradeço tudo que Deus me mandar!"), o que gera um grande sorriso do grupo.

Pouquinho de noite das arábias em terras indianas...






No dia seguinte, chega a hora de ir e, então, pego pela manhã meu avião, rumo a Milão, com 2 horas de atraso em decorrência do denso fog que não para de causar seus estragos.
Com isso, depois de 9 horas de voo, chego em Milão e descubro que a conexão que me levaria a Roma naquela noite partiu 15 minutos antes da minha chegada.
Mais um avião perdido!



Para muitos significaria um grande azar, mas para mim é a mais abençoada sorte, pois acabo sendo instalado no Crowne Plaza de Milão (não fico no Sheraton por não ter lugar! UIUIUI!), onde vivo um jantar dos deuses, com muito funghi, mussarela de búfala e torta de framboesa de sobremesa, uma noite de baraozão (não barãozinho... hehe) com direito a banho de banheira, quarto aquecido para suportar os 3º C negativos que esfriam a alma do lado de fora e até roupãozinho. HAHAHA.
Isso mesmo, depois de 32 dias em hotéis rústicos padrão Índia, eu em uma cama king size, travesseiros gigantes e de roupãozinho assistindo as notícias sobre o recente acidente do Costa Concórdia?!
E o melhor: tudo por conta da Alitalia.

GRAZIE!!!


Na manhã seguinte, pego o avião rumo a Roma, onde chego depois de pouco mais de meia hora de voo.
Tudo continua perfeito, afinal, depois de uma ótima noite de sono, sobrevoo os Alpes e chego em Roma pela manhã, onde me dirijo de ônibus e metrô ao meu hotel, ao passo que se chego na noite anterior teria que pagar um taxi.
Mais uma vez, o Universo em ação!

Agora vos falo diretamente de um bucólico bangalô em um hotel/camping que fica próximo da periferia da cidade e que mais parece uma pousada no campo, mais uma super dica/presente de mais um anjo lindo chamado Cauana que, além de tudo, me prepara um roteiro com os bons lugares a serem visitados na antiga cidade.

Percebo mais uma vez que o segredo é entregar para quem definitivamente manda nos nossos passos: o Abençoado Universo!!!

Em Roma, fico 3 dias curtindo as ruas, as deliciosas pessoas, os formaggios, os prosciuttos e as pizzas desta deliciosa cidade, à qual retorno depois de 26 anos, onde vivi o meu primeiro mochilão solitário com joviais 19 anos.



PUSTSGRILAS!

Bem, ainda envio uma última mensagem contando as peripécias desta curta e vibrante fase europeia de nossa linda viagem.

BEIJO NO CORACAO!

DANEVAT por estar sempre tão perto!!
GRAZIE!
SORTE!!!







AMIn
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SonhonIndia5 / Boletim 7 / Roma
Queridos Super Queridos Viajantes!

BON GIORNO!!!

Ah, Roma, Roma!




Como não se apaixonar por você, pelas suas ruelas, sua antiguidade, sua gente sempre linda, vaidosa e sorridente, tutto buona gente.















Suas pizzas e sanduiches indescritíveis e seu expresso e capucchino únicos!
Claro que não esqueceria de seus gelatos...

Ah, Roma, Roma!



Quem te conhece cai de joelhos diante de ti.
Cá estou de volta 26 anos depois.


Na verdade, não estou de volta porque hoje quem anda pelas tuas ruas é um homem que te vive em cada esquina, cada paladar, e não mais o jovem meio curioso, meio assustado que te amou, mas não soube por ti se apaixonar.


Como explicar uma paixão por uma senhora com tantos anos de diferença?!? HAHAHA.
Talvez seja porque o Amor não está para ser explicado...
DILÍCIA!!!
A primeira coisa que faço ao chegar ao centro de Roma, saindo do aeroporto, é entrar em um bar, pedir um expresso e um maravilhoso sanduiche de mussarela de búfala e rúcula.












Então, além de começar a (re)descobrir os sabores desta terra, descubro também porque o café por essas bandas é conhecido pelo nome de expresso.
É porque ele é um café curtinho, metade da quantidade servida no Brasil.
É expresso, rapidinho!! Hehehe











Venho para Roma com 2 objetivos muito definidos: me perder por suas ruelas e visitar a Capela Sistina, a qual se encontrava fechada para reforma há 26 anos atrás.


O primeiro dos objetivos começo a cumprir logo na primeira noite após descer do metrô e sair perambulando pelas ruelas do centro da cidade em torno da Fontana de Trevi.
Puro deleite Roma à noite.







E é por estas ruelas que como minha primeira maravilhosa pizza e tomo minha primeira inebriante garrafa de vinho para sair andando bem legal pelas ruas!!!
DELEITE! DELÍRIO! COLÍRIO!!!


 
É, então, com o raiar do dia seguinte que pulo da cama para logo cair pra dentro do meu segundo sonho em terras romanas: o Museu do Vaticano, onde fica a Capela Sistina.


 Bem, Roma é o maior sonho de consumo para um historiador, pois onde se olha sempre se avista um objeto antiguíssimo, e o Museu do Vaticano um delírio absoluto. 
























Primeiro pelo seu raro e incrível acervo, com peças incríveis vindas da Babilônia, Egito, Grécia, Etruscos e, claro, Roma.



 





 


 



































Mas o que este museu tem de especial mesmo são seus quilômetros de corredores, paredes e tetos cobertos por pinturas estonteantes dos maiores artistas do Renascimento.




A sala de Rafael é incrível com suas paredes cobertas por obras famosas como, por exemplo, a “ Escola de Atenas’, um verdadeiro mergulho nos livros tão degustados e estudados.







Mas, sem dúvida nenhuma, a cereja no bolo do museu é a estonteante Capela Sistina, a própria quintessência do Renascimento europeu.
Foram horas em meio a suspiros e mais suspiros, sentado cada momento voltado para um de seus 4 lados e admirando o seu incrível teto até o pescoço doer.







Ninguém merece morrer antes de se ajoelhar diante, em minha opinião, das duas maiores obras de arte de toda historia da civilização: a Piettá, que está no Vaticano e que vi da primeira vez, e a Capela Sistina.
Não perderei tempo tentando descrever a capela.
Direi apenas:
INDESCRITÍVEL! INENARRÁVEL!!!

CAPEÇA SISTINA = SONHO REALIZADO!




Depois de 6 horas por este mergulho nas artes e na antiguidade, como mais uma pizza, compro frutas, uma garrafa de vinho e volto para o hotel para curtir a última noite de sono desta viagem em meio a um balanço de imagens e de muito AGRADECIMENTO AO UNIVERSO POR SUA GENEROSIDADE!!!
Agora são 11 horas da última manhã desta viagem.
Acabo de fechar minha conta no hotel e saio para uma derradeira perambulada pela mágica cidade para, no final da tarde, ir para o aeroporto e pegar às 21h35 meu voo de volta para a Amada Terra e Amada Gente.




 


Aqui me despeço agradecendo demais a sua presença neste barco dividindo comigo tantas imagens e emoções, tantos encontros e reencontros, tanto aprendizado e tantas bênçãos!

Te espero na próxima



DANEVAT!
CHUKRIA!
GRAZIE MILLE!
OBRIGADO, 
OBRIGADO,
OBRIGADO!!!
 
SORTE!!!

AMIn